A entrega da ajuda humanitária foi para mais de duas mil famílias indígenas da capital e de 12 municípios do interior que receberam cestas básicas, máscaras e álcool gel.
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O Governo do Amazonas, por meio da Fundação Estadual do Índio (FEI), tem prestado apoio às comunidades indígenas do estado com o envio de ajuda humanitária para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Alimentos, máscaras de proteção e álcool gel foram entregues a mais de duas mil famílias indígenas em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros da capital) e Manaus, neste fim de semana.
Vinculada à Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), a fundação enviou, na sexta-feira (15/05), por embarcação duas mil cestas básicas, cinco mil máscaras e mil litros de álcool gel que vão atender duas mil famílias de 12 etnias indígenas de São Gabriel da Cachoeira. Neste sábado (16/05), outras famílias da etnia Apurinã, que residem na área da comunidade Campos Sales, zona oeste de Manaus, foram beneficiadas com as doações. As famílias também receberam cestas básicas, máscaras e álcool gel.
Desde o início da pandemia no Amazonas, foram contempladas aldeias de outros municípios como Rio preto da Eva, Iranduba, Manacapuru, Silves, Autazes, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Manaquiri, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Atalaia do Norte; além da capital Manaus, que tem, ao todo, 54 comunidades indígenas.
As próximas comunidades a receberem ajuda humanitária são das regiões dos rios Purus e Madeira, além de áreas do Baixo Amazonas. Demanda – O diretor-presidente da FEI, Edivaldo Munduruku, ressalta que o auxílio para os indígenas compõe o planejamento do Governo do Estado para o enfrentamento ao Covid-19. “Essa demanda foi identificada no Comitê Estadual de Crise e nós prontamente atendemos, porque sabemos que é uma necessidade dentro de todas as comunidades”, frisou. De acordo com ele, o estado somou forças a órgãos Federais, como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena, que compõe a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. “Eles têm tido muita dificuldade na questão da segurança alimentar, por exemplo. Índios de muitas aldeias estão impedidos de ir à cidade porque todos precisam ficar nas suas casas nesse momento; bem como os acessos às aldeias estão bloqueados e os próprios índios não querem pessoas de fora justamente pelo risco da contaminação”, detalhou Edivaldo Munduruku. Doações – O gestor da Fundação destaca que todos os itens enviados são aquisições feitas pelo Governo do Amazonas, mas que a ajuda da iniciativa privada também é bem-vinda e pode fortalecer o combate ao coronavírus nas aldeias. “A demanda é muito alta e, por ser uma situação emergencial, toda a ajuda é válida. No caso das cestas básicas, temos tentado manter a alimentação mais saudável que é costume dos índios, montando kits com itens como feijão, arroz, macarrão, café, leite, óleo de cozinha, sal, açúcar e biscoito e uma proteína, como peixe ou carne moída. Procuramos evitar, por exemplo, enlatados e refrigerante”, pontuou.
Para entrar em contato com a Fundação Estadual do Índio basta enviar um e-mail para fei@fei.am.gov.br. Parceria Federal – Em recente visita ao Amazonas, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou o envio de 60 mil cestas pra comunidades indígenas, que estão em processo de aquisição. “Conforme informou a ministra, essas cestas serão distribuídas via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Funai, com apoio do Governo do Estado na logística que for necessária”, afirmou Edivaldo Munduruku. Ele destaca que o Amazonas também atua junto com o Governo Federal em ações orientativas aos índios aldeados. “Estamos fazendo um trabalho de orientação e eles acataram. Montaram as próprias barreiras para impedir o acesso, por exemplo, além das questões de higiene pessoal, que eles adquiriram uma consciência que é muito importante. Orientamos tanto os profissionais de saúd e que estão atuando junto a esses indígenas sobre os cuidados que devem ter, quanto os próprios índios, sobre como devem receber essas pessoas. Também temos orientado pessoas não indígenas a evitarem idas a passeio em aldeias e comunidades, durante o período de pandemia”, disse o diretor-presidente da FEI. Outras ações – Além do envio de ajuda humanitária para as comunidades, a Fundação Estadual do Índio atende e presta apoio, também, a outros movimentos e associações finalidades distintas, compostas por indígenas. Entre eles está o Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), formado por estudantes de diversas etnias do estado, sediados no bairro Parque 10, zona centro-sul da capital. E também a Associação das Mulheres Indígenas Sataré-Mawé, que fica no bairro Compensa, na zona oeste de Manaus. Fotos: Divulgação FEI
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